quinta-feira, 6 de abril de 2017

por um novo período literário

tô escrevendo um poema revolucionário, cheio de palavras difíceis e versos irregulares. as rimas são diferentes, não mais por semelhança sonora, mas por aproximação semântica. talvez seja uma atualização dos luzíadas, mas ainda não tenho muita certeza, já que não entreguei a nenhum especialista. na verdade, não entreguei a ninguém, porque o poema pra ser revolucionário precisa chegar chegando, de surpresa, fazendo estardalhaço. não vou transcrever nenhum trecho aqui, porque vai que algum espertinho resolva se apropriar e registrar minha ideia original, genial e revolucionária. mas posso garantir: trata-se do início de uma nova vanguarda, um novo movimento, que talvez eu chame de pós-pós. já ultrapassamos todos os póses e creio que é chegado o momento de alguém romper com isso tudo, mas ao mesmo tempo resgatar. então, creio que o nome do movimento seja tão genial quanto o poema que estou escrevendo. falando nele, digo que não trata de sentimentos, nem da questão social, muito menos é metapoema. é um pós-não-poema, que contém inovações nos silêncios, sarcasmo metafórico e escárnio humanizatório. a mim, pouco importa se a poesia morreu em josé paulo paes, mário quintana, drummond e leminski. agora chegou o momento dos que estão além do tempo e do espaço ficcional e lírico! o período literário chamado pós-pós está a caminho e é melhor começarem a pensar nas questões do enem!

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