domingo, 5 de fevereiro de 2017

contraste

há um contraste inquietante passando pela janela do meu quarto. há pouco, dia. agora, noite. um pedaço de parede clara divide o espaço com baluartes e um fundo escuro. uma pomba dorme no ninho enquanto um morcego dá um rasante estridente. o calor quase insuportável jogando com o piso frio. uma lâmpada acesa e uma vela apagada. sem que eu esperasse, a campainha rompe o silêncio e a calmaria. uma visita falsa corre na calçada quando chego à sacada. arrastando os pés, retorno ao conforto da cama, ainda molhada de suor. um travesseiro perfumado e o outro com cheiro de amaciante de roupas. novamente a campainha e dessa vez só um perfume sobe à sacada. alguém fuma na esquina, um grupo de simpáticos malandros gargalham mais longe. já é hora, mas me nego a fechar a janela da sacada, pois a brisa da noite e o luar acabam por iluminar e refrescar meu son(h)o.

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