quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Para I M


gagueia e engasga o motor apaixonado - são as borboletas no tanque - e pega de supetão. à sorte, é jogado o motorista num veículo com freios desgastados pelas freadas da história. vontade de acelerar até não dar mais, mas o combustível precisa ser cuidado pra durar todo o caminho. não precisa chegar. aliás, não quer. quer mesmo é seguir e seguir. procurar as vias abertas e percorrê-las. ter um automóvel ao lado, com estilo semelhante e a disposição de continuar o acompanhando, ora um na frente, ora outro, ora ao lado. e as borboletas se alvoroçam, em ambos. muitos outros veículos se aproximando, alguns dando sinal de luz em reverência, outros, bem poucos, baixando a luz em sinal de reprovação. o caminho segue até o ponto de os dois estacionarem lado a lado, as portas totalmente abertas, na mesma garagem cheia de bicicletinhas coloridas
sem ponto final
sem fim

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