o relógio difuso
diante de um vidro embaçado
da janela lateral
acompanhado do reflexo de um velho carvalho
uma parede descascada e com reboco esfarelento
no conta-gotas da calha furada
pingando sobre as latas de tinta seca quase vazias
afastando-se mais
as paredes ganham cores
ringidos dentro da casa caindo
o ruído e a ruína
crianças transparentes correm no quintal
terra barrenta
cheiro a esterco
em plano geral
chuva fina e rala próxima e a caminho
entre a casa e a silhueta dos morros ao fundo
explosão de um pixel
canto borrado
gosto de café
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